
A televisão está desligada
O rádio está em stand-by
O céu está negro e sem estrelas
Era tão garantido que a lua brilhasse,
Que hoje, justo hoje que não há lua sinto a falta dela.
Por quantos dias nem notei a sua presença...
Os iogurtes de pedaços de ananás...
Só reparei o quanto de saboreá-los lentamente sentido os pedaços de fruto rolar na minha boca, Quando no supermercado não estavam na prateleira.
Só reparei no cheiro do meu perfume,
Quando terminou o frasco.
Só dei valor a carpete da entrada,
Quando fiquei sem ela.
Só quando me encontrei
Só quando me apercebi
Que antes não estava só.
Só - solidão, ódio...
Ódio ao que me fez pensar que tudo estava garantido
Não estávamos garantidos - e perdi-te
Foste a lua que hoje não surgiu na minha abobada celeste.
És o cessar-fogo que me fez perder a guerra.
Sei que quando (se) voltares estarei a sorrir!
Vou dar valor porque aprendi!
As coisas más vão,
As coisas boas perduram
Tudo o que é bom dura infinitamente e é inabalável.
Mesmo que não voltes dei valor a um dia teres estado presente.
Dei valor a um dia teres sido a razão
E sei que se um dia voltares tudo vai parecer pequeno à tua imagem.
Sinto-o! Oxalá que voltes! E fiques...
Ou que possa pelo menos ter de novo o teu amor, sem o tomar com as certezas de outrora.
A esperança do amanhã incerto faz me querer acreditar que nessa perda que ganhei,
Fiquei uma pessoa melhor e só tenho mais e mais a ganhar.
Filipa Carvalho
4 comentários:
O meu favorito =D
O blog esta bom, nem sempre damos valor e atençao ao que temos, gostei muito desse poema.
Claudio Chun
É sempre quando perdemos algo, que lhe damos valor.
Vim hoje aqui, porque vi o nome no Notas. Gostei e vou voltar.
Maria dos Alcatruzes
Avo, este poema descreve tudo o que eu sinto e ja senti. Sinto a falta da lua tanto como tu e a solidao rasga-me infinitamente por dentro. é doloroso, mas e a vida. Gostei muito deste, avo. :)
Enviar um comentário